Depois de atingir cotação recorde de 12.646,00 dólares a tonelada em dezembro do ano passado, o preço do cacau sofreu uma queda de 35% agora em março. Hoje, Quarta-feira de Cinzas (5), o produto fechou a 8.218,00 dólares a tonelada, na Bolsa de Nova York.
A queda ocorre em momento em que especialistas apostavam em alta, principalmente devido a problemas na Costa do Marfim e Gana, como informa o site Cacau Chocolate & Turismo.
Provocada por mudanças climáticas e doenças como a swollen shoot, a produção na África desabou, provocando escassez num mercado em expansão, beneficiando diretamente os agricultores brasileiros, que, durante anos, sofreram com preços que mal cobriam os custos e desestimulavam investimentos na lavoura.
Em março de 2024, a arroba de cacau estava na casa dos R$ 300,00. Já em novembro, cruzou a barreira dos R$ 1.000,00. Nesta Quarta-Feira de Cinzas estava sendo comercializado a R$ 750,00 o certificado tipo 1.
“Especialistas do mercado do cacau entendem que essa queda de preços não irá se sustentar em 2025 e apontam especulação por parte das grandes multinacionais processados, forçando artificialmente a cotação para baixo”, anota o site Cacau e Chocolate.
ECONOMIA
Para a presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANPC), Vanuza Barroso, o Brasil tem condições de assumir o protagonismo na produção de cacau. “Para isso, o apoio do governo é fundamental, seja através de programas de financiamento a juros compatíveis, seja no controle de cacau importado da África, que traz grandes riscos de doenças que não estamos preparados para combater”, afirma Vanuza ao Cacau Chocolate & Turismo.
Especialista em mercado de cacau, Adilson Reis diz que o cacau no sul da Bahia gerou receita de R$ 1,88 bilhão em 2023 com a arroba do produto a R$ 266,24. No ano passado, a receita subiu para R$ 5,5 bilhões. Essa receita pode escalar para R$ 17 bilhões, segundo Adilson, caso a produção alcance 50 arrobas por hectare. Há esforço nesse sentido, como o projeto Cacau 500@ + Sustentável, cita.