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14 de janeiro de 2025

OS PILOTOS DE NAVIO QUE GANHAM A PARTIR DE R$ 8 MIL E TRABALHAM SÓ METADE DO ANO



Profissão, que exige diploma da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), tem ganhos e progressão de carreira promissores — mas também desafios, como o impacto dos dias em alto-mar na vida social.



A vida da carioca Karine Granato, de 26 anos, é literalmente dividida entre o alto-mar e a terra firme: como pilota de navio, ela trabalha 28 dias embarcada e, depois, tem 28 dias de descanso em casa.


Dessa forma, ao longo do ano, ela tem seis meses de trabalho e seis meses de descanso.


Atualmente, Karine trabalha no mercado offshore (exploração em alto-mar), apoiando as plataformas de petróleo e gás em cidades do Rio de Janeiro e em Santos, no Estado de São Paulo.


Além de ser responsável por pilotar o navio, ela ainda cuida de todo sistema de segurança, salvatagem (procedimentos e equipamentos para salvar a vida humana em caso de emergências), verifica as certificações da embarcação, além de outras atividades.


Para assumir essa função, ela passou pela Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), responsável por formar profissionais dessa área, em cursos que duram três anos.


Karine reconhece que pessoas à sua volta de "assustam" com sua rotina, mas não se vê trabalhando com outra coisa.



Mesmo com muitos dias fora de casa, Karine diz que ainda assim consegue ter tempo para passar com parentes e amigos. Ela também vê a tripulação como uma família — com quem passou o último Natal e Ano Novo, compartilhando até ceia para comemorar.


"A gente faz de tudo para se conectar. Não é um super mar de rosas, mas no geral acho que vale a pena. Você abre mão de muita coisa e ganha outras também."



Um dos benefícios mais citados por quem trabalha na área da marinha mercante é a remuneração.




Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, o salário médio de admissão de um oficial de quarto de navegação da marinha mercante foi de R$ 8.197 em 2024. Esse é a função inicial de um oficial de náutica em uma tripulação de navio (entenda os cargos abaixo).


Mas esta é uma média — Carlos Müller, presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), diz que os salários iniciais podem chegar à faixa de R$ 15 mil a R$ 20 mil, com maiores ganhos na indústria de petróleo e gás.


Os benefícios também costumam ser atraentes, com políticas internas de progressão de carreira, plano de saúde, previdência privada e auxílio educacional.


Karine gostou tanto da ideia de pilotar um navio, algo que surgiu na conversa com uma amiga, que abandonou o curso de engenharia de telecomunicações para entrar na EFOMM, aos 20 anos.


Ela conta que não se identificava muito com a engenharia e achou "muito legal" a possibilidade de pilotar um navio — embora a família tenha estranhado a virada brusca na carreira, por não conhecer a nova profissão escolhida pela jovem.




A EFOMM forma oficiais em dois cursos: náutica e máquinas.


Os oficiais de máquinas cuidam da operação e manutenção dos sistemas de máquinas do navio.


Já os oficiais de náutica, como Karine Granato, são responsáveis pelo uso dos equipamentos de convés, navegação e comunicações de bordo. "Piloto de navio" é uma denominação informal para esses oficiais.


Além da pilotagem, os oficiais de náutica podem atuar como inspetores de segurança em terminais aquaviários, navegadores em portos com sistemas de VTS (Vessel Traffic Services, ou Serviços de Tráfego de Embarcações, em português) e nas tripulações de navios de passageiros.

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