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15 de janeiro de 2025

ESPECIAL HOMENAGEIA RENATO ARAGÃO, O MAIOR PALHAÇO DA TV

Seria impossível nos dias de hoje fazer humor como Renato Aragão e seus companheiros de Os Trapalhões faziam na televisão nos anos 1970 e 1980. O impagável quarteto era uma verdadeira metralhadora do politicamente incorreto. Faziam piada com tudo, sobre mulheres, homossexuais, negros, nordestinos e pobres em pleno horário nobre, sem que ninguém reclamasse.

Pelo contrário, os espectadores morriam de rir. E com razão. Embora não seja mais possível, a graça d’Os Trapalhões era impagável. Ainda que Mussum, Dedé e Zacarias tivessem seus solos garantidos, o protagonismo estava mesmo em Didi Mocó, o alter-ego de Renato Aragão, que, aos 90 anos, recebe uma homenagem e tanto no especial Tributo, que vai ao ar hoje, logo após o BBB 25.

O programa revisita a trajetória do eterno Didi e seu sucesso com Os Trapalhões na televisão e no cinema. Desde a adolescência, quando assistia repetidamente aos filmes de Charles Chaplin e Oscarito, Renato sonhava ser humorista. Uma vocação herdada do temperamento da mãe, Dinorá, que gostava de contar piadas.


Natural de Sobral, no Ceará, ele chegou a cursar Direito em Fortaleza, mas percebeu que teria chance maior de realizar seu sonho quando foi inaugurada a primeira emissora de televisão no estado, a TV Ceará. Em novembro de 1960 estreou um programa da dupla Didi e Frederico, interpretado pelo ator Américo Picanço, que participa do episódio dando depoimento.


Anos mais tarde, já vivendo no Rio, conheceu Dedé Santana, com quem se conectou imediatamente. “Foi amor à primeira vista, senti que ele era minha outra metade artística. Sou o tipo de ator que precisa de um companheiro, não sou o comediante que diz a piada, alguém tem que preparar a situação para eu dar o desfecho”, conta Renato.

O primeiro filme de Didi e Dedé, Na Onda do Iê-Iê-Iê, lançado em 1966, bateu recorde de bilheteria. Cerca de sete anos depois eles se juntaram a Mussum, e na sequência a Zacarias, formando o quarteto Os Trapalhões. O sucesso estrondoso, com filmes que ultrapassavam grandes blockbusters americanos em número de espectadores no Brasil. Ao todo, Renato escreveu e produziu mais de 50 filmes.

Enquanto assiste ao material de arquivo separado pelo programa em sua casa, onde também concedeu uma entrevista exclusiva, Renato se emociona e sente orgulho da carreira. “Não me lembrava de ter feito tudo isso... Fazer rir é uma responsabilidade porque o humor tem o poder de curar e eu sempre levei meu trabalho muito a sério, mesmo quando parecia apenas uma brincadeira. Espero que quando olharem para o que fiz, e ainda vou fazer, as pessoas lembrem que o riso é uma forma de resistência”, revela.

Emocionado ao falar do amigo, Dedé Santana reforça o legado que o humorista deixa na história do audiovisual: “O Renato é muito importante, Qualquer homenagem que se faça a ele hoje é pouco”.





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