Um erro grave no sistema de transplantes no estado do Rio de Janeiro resultou em seis pacientes infectados com HIV após receberem órgãos de doadores soropositivos. A situação veio à tona nesta sexta-feira, 11, e foi divulgada pela BandNews, sendo confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). A falha aconteceu em exames realizados por um laboratório privado, contratado pela Fundação Saúde, que atestou erroneamente que os doadores estavam livres do vírus HIV.
O laboratório passou por uma inspeção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e foi interditado após a identificação de irregularidades. Desde então, os exames foram transferidos para o Hemorio, um centro especializado na área de hematologia e hemoterapia.
O Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) abriu uma investigação para apurar as circunstâncias do erro, que começou a ser notificado após o primeiro caso confirmado de infecção por HIV em 10 de setembro. De acordo com as informações da BandNews, dois doadores, cujos órgãos foram transplantados, haviam testado negativamente para HIV, mas na verdade eram portadores do vírus. Os órgãos transplantados incluíram rins, fígado e coração.
No Brasil, o protocolo de transplantes exige a verificação da morte encefálica, seguida de uma bateria de exames para assegurar que os órgãos estejam livres de doenças transmissíveis. Contudo, o erro de diagnóstico no teste de HIV permitiu a liberação equivocada dos órgãos.
A SES, em nota oficial, declarou que essa situação é inédita no Brasil e que está realizando uma sindicância para identificar os responsáveis. Além disso, uma comissão multidisciplinar foi criada para dar suporte aos pacientes que contraíram o vírus, enquanto medidas de reforço na segurança dos procedimentos de transplantes estão sendo implementadas. A SES também anunciou a revisão de todas as amostras de sangue dos doadores desde dezembro de 2023, quando o laboratório foi contratado, para garantir que outros casos semelhantes não ocorram.
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