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23 de março de 2024

Unicamp cria exame de sangue que sai em 5 segundos usando Inteligência Artificial

 

Uma pesquisa de doutorado realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveu uma metodologia que usa inteligência artificial para facilitar a realização de exames de sangue em áreas remotas, além de reduzir os custos com a compra de equipamentos laboratoriais em municípios de baixa arrecadação.




O hemograma digital, criado pela biomédica Ana Carolina Borges Monteiro, permite a análise de hemácias, plaquetas e leucócitos, células sanguíneas que possibilitam avaliar a saúde, em apenas cinco segundos com um aparato simples. No lugar de um aparelho que chega a R$ 50 mil, basta usar smartphone, microscópio e computador.





Como o método funciona?


A metodologia criada por Ana Carolina usa duas tecnologias diferentes: o processamento de imagens e a inteligência artificial. Primeiro, ela selecionou imagens em bancos de dados on-line, que são usadas como referência para o sistema, e as tratou para que seguissem um mesmo padrão. Depois, desenvolveu algoritmos que fazem o reconhecimento e a contagem das células nessas imagens.



“A parte da inteligência artificial eu usei na detecção dos leucócitos, que são as células de defesa. É uma outra metodologia, mas as duas, de certa forma, conversam entre si”, detalha. “Os leucócitos são seis tipos celulares e eles têm características morfológicas de estrutura diferentes”, explica a pesquisadora.




Na prática, o exame funciona da seguinte maneira:



o profissional de saúde coleta a amostra de sangue e aplica à lâmina de microscopia, em uma técnica chamada de esfregaço sanguíneo;
em seguida, faz uma foto da lâmina usando o smartphone, com apoio de um microscópio;
a imagem é submetida ao computador (via bluetooth ou cabo), onde é feito o processamento da imagem aliado à inteligência artificial;
os algoritmos fazem o reconhecimento e a contagem automática dos três tipos de células (hemácias, plaquetas e leucócitos) em cinco segundos.
Durante os testes da tese de doutorado, o sistema atingiu acurácia de 90% a 100%. A expectativa da biomédica, que atualmente trabalha com pesquisa em saúde no Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, é que, com o avanço do método e sua aplicação no dia a dia, esse índice gire em torno de 98%.




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