O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MP-RS) denunciou o vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, pelo crime de racismo devido às ofensas do parlamentar aos trabalhadores baianos resgatados de situação análoga à escravidão de vinícolas do município de Bento Gonçalves, no mesmo estado.
Os 198 trabalhadores resgatados prestavam serviços às vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi, de forma terceirizada, por intermédio da Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda e foram resgatados no dia 20 de fevereiro. Após o resgate, em discurso na Câmara de Caxias, no dia 22 de fevereiro, o vereador sugeriu que vinicultores deixassem de contratar baianos e priorizassem argentinos.
“Em nenhum lugar do estado [RS], na agricultura, teve um problema com um argentino ou com um grupo de argentinos. Agora, com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que se fosse ter esse tipo de problema”, disse o parlamentar, que foi expulso de seu partido, o Patriota, e pode ter o mandato cassado.
A Procuradoria-Geral do Estado da Bahia representou contra o parlamentar nos órgãos de controle externo do Rio Grande do Sul, por determinação do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Na época, o petista repudiou as ofensas de Sandro Fantinel. “Hoje, um vereador do Rio Grande do Sul defendeu o trabalho escravo nas vinícolas do estado e ainda foi xenofóbico e racista com baianas e baianos. Eu repudio veementemente a apologia à escravidão e não permitirei que tratem nenhum nordestino ou baiano com preconceito ou rancor”, declarou.
Após a repercussão de seu discurso, Sandro Luiz Fantinel divulgou vídeo em que disse ter sofrido lapso mental, pediu desculpas e chorou.