Presidente em exercício da CBF, Ednaldo Rodrigues registrou hoje (18) a chapa para a eleição da entidade, na próxima quarta-feira (23), que confirmará quem ocupará o comando do futebol brasileiro pelos próximos quatro anos.
O prazo para registro expirou às 11h30 de hoje e ele, como candidato único, será o presidente da CBF pelos próximos quatro anos. Acompanhando o dirigente baiano, de 68 anos, que está no poder interinamente desde agosto, oito dirigentes compõem o bloco de vice-presidentes.
A escalação se formou após movimentos políticos recentes e traz, por exemplo, os presidentes das federações de Rio e São Paulo, Rubens Lopes e Reinaldo Carneiro Bastos, respectivamente.
Em comparação com a formação anterior dos vices, foram quatro alterações. Com a ascensão à presidência, a cadeira do próprio Ednaldo ficou vaga. Além dele, o dirigente não terá na chapa o mineiro Castellar Neto, o alagoano Gustavo Feijó — que virou seu principal adversário político, mas não conseguiu registrar chapa — e o paraense Coronel Nunes.
Rubinho e Reinaldo entraram em duas dessas vagas. Além deles, passam a compor a chapa Hélio Cury, presidente da Federação Paranaense, e Roberto Góes, presidente da Federação Amapaense. Os outros quatro vices já estavam nos cargos na CBF. Fernando Sarney seguirá com os cargos nos conselhos da Conmebol e da Fifa. Antonio Aquino Lopes, o Tuniquim, é presidente da Federação de Futebol do Acre e segue como vice.
O mesmo vale para o capixaba Marcus Vicente e o gaúcho Francisco Novelletto. Nos últimos dias, a definição da chapa foi o assunto que mais movimentou os corredores da CBF, já que Ednaldo tinha angariado apoios de muitos dirigentes de federação, alguns interessados em uma das cadeiras. O baiano disse a interlocutores que privilegiaria quem estivesse há mais tempo ao seu lado.
A ascensão de Reinaldo e Rubinho Reinaldo Carneiro Bastos foi reeleito em janeiro deste ano como presidente da Federação Paulista. Em 2018, ele chegou a articular candidatura à presidente da CBF, mas, sem o apoio de Marco Polo Del Nero - de quem foi aliado por tantos anos e sucessor em São Paulo -, não conseguiu entrar no pleito.
O movimento "contra a corrente" na ocasião fez com que ele fosse tirado do Conselho da Conmebol. Ano passado, Reinaldo chegou a ser apontado pela Justiça, ao lado do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, como interventor na CBF - em uma decisão tomada em decorrência do processo movido pelo Ministério Público do Rio para que o estatuto da CBF fosse alterrado com a presença dos clubes.
Reinaldo gerou desgosto entre os pares porque chegou a aceitar a incumbência e ir à CBF para tomar o poder. Mas a decisão judicial foi alterada, após recurso da entidade na segunda instância. Nos meses seguintes, Reinaldo fez uma aproximação a Ednaldo Rodrigues e participou da articulação posterior para sustentá-lo politicamente como principal candidato à cadeira - sobretudo por conta da influência nos clubes paulistas.