Enviados especiais a Barra do Mendes, Bahia — Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, completa neste domingo (20/6) 12 dias foragido das forças de segurança do Distrito Federal e de Goiás, após cometer uma série de crimes – entre os quais, uma chacina que vitimou quatro pessoas da mesma família, no Incra 9, em Ceilândia, em 9 de junho último.
“Ali [em Goiás] é muito pequeno para ele; não tem dificuldade nenhuma. É como se ele estivesse dentro de uma casa. Ele é esperto, tem artimanha. Mas isso não quer dizer que seja feitiçaria”, contemporiza Jó, como é conhecido, ao negar que Lázaro tenha ligações com satanismo ou seitas.
“E ele [Lázaro] sabe se defender no mato, mesmo. Porque, imagina: nós estamos numa região de caatinga, onde tem muito espinho. E lá em Goiás não há espinhos na mata. Aqui tem xique-xique, unha de gato, muita madeira perigosa”, complementa. Em Cocalzinho, o bioma predominante é o cerrado.
Jorcilei é casado com Zilda Maria de Sousa, 54, tia materna de Lázaro, e é o melhor amigo do criminoso. Eles se conheceram quando o foragido tinha 18 anos e Jorcilei, 21. Os dois eram vizinhos no povoado de Melancia, em Barra do Mendes.
Após se tornarem amigos, mudaram-se para Goiás em busca de melhores condições de vida. Mesmo depois de Lázaro ter assassinado dois homens no município, Jorcilei nunca teve medo do amigo. E se orgulha, inclusive, de dizer que já deixou o companheiro, com uma navalha na mão, fazer a barba e o cabelo dele.
Lázaro tem sido julgado, condenado e procurado por diversos crimes desde meados de 2008. Há 13 anos, foi condenado por duplo homicídio na Bahia. Espalhou terror por onde passou. Sozinho ou ao lado do irmão, morto há cinco anos, estuprou mulheres, queimou casas, feriu e matou pessoas.
Jó, como Jorcilei é conhecido, explica que, mesmo com a intimidade entre os dois, Lázaro raramente falava sobre os crimes que cometeu, o tempo que passou nas prisões ou as fugas: ele escapou do Complexo Policial de Irecê em 2009, de onde é considerado foragido até hoje; do Complexo Penitenciário da Papuda, em 2016; e de uma prisão em Águas Lindas (GO), em 2018.
“Na hora certa, ele vai a uma delegacia. Vai se entregar sem arma na mão, sem mochila; vai de boa. O tempo de se entregar, quem manda é o cansaço. No dia em que ele estiver exausto, cansado e abatido, vai se entregar, sem precisar usar nenhuma força policial”, afirma.
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