Uma criança de dois anos que nasceu com malformação craniana passou por uma cirurgia que durou quase 6 horas para a reconstrução do crânio em Itabuna, no sul da Bahia.
O procedimento foi realizado no Hospital Manoel Novaes (HMN), pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no dia 10 de junho e o pequeno Lucas Gabriel Pimentel deve ter alta nesta quinta-feira (17).
De acordo com a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, é a primeira vez que este procedimento foi realizado em uma criança no sul do estado.
Lucas Gabriel é natural de Caetité, no sudoeste da Bahia. Ele nasceu prematuro, com 32 semanas e três dias, e com uma malformação craniana que levou a modificação do formato da cabeça e alteração da região superior do rosto.
Segundo informações da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, o menino sofria com uma patologia conhecida como craniossinostose (ou cranioestenose), que se caracteriza pelo fechamento precoce de uma ou mais suturas da calota craniana. Neste caso específico, foi identificado o fechamento precoce da sutura coronária esquerda e da sutura metópica, levando a uma assimetria importante da face e redução do espaço intracraniano à esquerda.
Sem a cirurgia, Lucas Gabriel corria o risco de não atingir o máximo potencial cognitivo do cérebro, o que poderia causar atraso no seu neurodesenvolvimento. Esse foi o principal motivo da mãe dele, a manicure Keila Cristina Pimentel, ter buscado o atendimento especializado.
De acordo com o médico neurocirurgião pediátrico, Fernando Schmitz, a cirurgia foi grande e complexa, pois exigiu conhecimento técnico e coordenação de toda a equipe envolvida.
Procedimento
Para a reconstrução do crânio, o médico retirou e remodelou as duas áreas ósseas que apresentavam a malformação. A primeira área abordada foi a região frontal esquerda, correspondendo a "testa", que recebeu um remodelamento ósseo.
Já a segunda área abordada foi a região superior da órbita esquerda, onde foi feito o remodelamento e avanço de estrutura óssea.
A Santa Casa de Misericórdia de Itabuna informou que o pequeno se recupera bem.
Segundo a mãe de Lucas, o médico alertou sobre os riscos que o menino tinha de perder a visão e ter os movimentos comprometidos. Keila ainda disse que essa era uma das coisas que ela mais queria na vida.