Após a saída da montadora Ford do Brasil, a crise global de suprimentos e a pandemia fez fábricas de automóveis como Chevrolet, Honda, Audi (Volkswagen), Scania, Volvo e Mercedes-Benz suspenderem também a produção de veículos. Agora, segundo a informação passada pelo Carlos Ghosn, as multinacionais Renault e Nissan podem fechar suas fábricas no Brasil e indústria automotiva pode entrar em colapso no país.
O mercado brasileiro de automóveis caiu de 4 milhões de unidades/ano, para apenas 2 milhões, disse o ex-presidente da Nissan Ghosn.
“Os mais fracos vão sair do Brasil, o que sempre acontece em grandes crises. Dentre os mais fracos, cito a Aliança (entre Nissan e Renault), porque para competir no Brasil é preciso ter uma montadora forte, com vontade de superar os ciclos específicos da economia local, e, se a empresa não tem essa vontade, vai ficar o tempo inteiro saindo e entrando do país, demitindo e contratando, parando e retornando. Esse stop and go é muito ruim para a marca e para os empregados”, afirma Ghosn.
Nissan e Renault contradizem o executivo e afirmam não terem intenção de fechar suas fábricas e sair do Brasil
Segundo a revista Veja, tanto Nissan quanto Renault não comentam sobre o caso Carlos Ghosn, mas informaram que estão comprometidas a investir no Brasil pelos próximos anos. “Não temos planos de sair. Acabamos de lançar um produto novo, fabricado em Resende”, afirma a montadora japonesa que recentemente lançou uma nova versão do Kicks, fabricado no Rio de Janeiro.
A Renault afirma que lançará “cinco novidades até o primeiro semestre de 2022, incluindo a renovação de veículos da gama atual e um motor turbo, que será importado. Além disso, serão lançados dois veículos elétricos no mesmo período”. Segundo a empresa, houve um investimento recente de 1,1 bilhão de reais no país, e “reafirma a importância do mercado brasileiro para o Grupo Renault.”
As multinacionais anunciaram fechamento temporário de fábricas, por causa do aumento de casos da Covid-19 no país. A planta da Renault em São José dos Pinhais (PR) interrompeu as atividades no dia 29 de março e planeja volta para 5 de abril. Já a Nissan parou a fábrica de Resende (RJ) e deu férias coletivas para seus funcionários entre 26 de março e 9 de abril.
Em um movimento contrário aos de Ford e Chevrolet, a multinacional fabricante de autopeças Bosch decidiu trazer sua produção dos EUA para o Brasil
A multinacional alemã fabricante de autopeças Bosch foi de contra o movimento das fabricantes de automóveis Ford, Chevrolet, Honda, Audi, (Volkswagen), Scania, Volvo e Mercedes-Benz, Nissan e Renault que decidiram retirar ou diminuir produções no Brasil, e trouxe para o Brasil a produção de injetores e bicos de injetores para caminhões que eram produzidos em suas fábricas nos Estados Unidos, ampliando assim, a divisão de sistemas de injeção diesel em sua fábrica de Curitiba.
Além disso, a intenção da multinacional alemã é abastecer não só o mercado interno, mas também exportar uma grande quantia – que pode chegar a até metade da produção.