Após o Ministério da Educação (MEC) divulgar as diretrizes para retomada das aulas presenciais, pelo menos nove estados e o Distrito Federal discutem retomar as aulas na rede pública nos próximos dois meses, segundo levantamento feito pelo G1 junto às secretarias estaduais de educação.
Se confirmada as previsões, Tocantins deve ser o primeiro estado a voltar com as aulas presenciais, já no início de agosto. Mas a capital do estado não acompanhará o calendário do governo estadual e já disse que em agosto, as aulas ainda serão remotas(Veja as datas abaixo).
Em resumo, o levantamento do G1 aponta que:
apesar de sinalizarem a reabertura das escolas já para os próximos meses, poucos estados e capitais apresentaram planos e cronogramas definidos sobre como será o retorno
entre os que têm diretrizes traçadas, a retomada será gradual
alunos das séries de final do ciclo voltarão antes
a volta seguirá um modelo de revezamento de turmas
Além dos estados, as prefeituras de oito capitais anunciaram planos independentes de retomada. Entre as capitais, Cuiabá, Curitiba e Macapá planejam a volta para o mês que vem, mas ainda não têm uma data certa (veja cada uma das oito capitais no final da reportagem).
Previsões de retomada nos estados e DF
Nove estados e o Distrito Federal informaram ao G1 que devem voltar às aulas no segundo semestre. Ao menos cinco voltarão em agosto e quatro marcaram a retomada para setembro.
Voltam em agosto:
Maranhão: 10 de agosto
Rondônia: agosto, sem dia definido
Tocantins: 3 de agosto
Rio Grande do Norte: 17 de agosto
Distrito Federal: 31 de agosto
Voltam em setembro:
Acre: 8 de setembro
Santa Catarina: 8 de setembro
São Paulo: 8 de setembro
Piauí: 22 de setembro.
Paraná: Setembro, sem dia definido
Maranhão
O governo do Maranhão divulgou nesta segunda-feira (20) uma nova previsão para a volta às aulas presenciais, em 10 de agosto. O retorno, no entanto, será apenas para o terceiro ano do ensino médio. Para os demais estudantes, o documento diz que novas portarias serão lançadas "à luz dos indicadores epidemiológicos".
Distrito Federal
A retomada no DF começará na rede pública está marcada para 31 de agosto, mas somente com os alunos mais velhos, ou seja, aqueles da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e da educação profissional. Em seguida, serão os alunos do ensino médio, 8 de setembro: ensino médio; do fundamental II (14 de setembro); do fundamental I (21 de setembro); da educação infantil (28 de setembro). Por último, virão os alunos da educação precoce e classes especiais (5 de outubro).
Uma das determinações é que as aulas aconteçam em esquema de rodízio: metade dos estudantes de cada turma irá à escola em uma semana, enquanto os demais farão atividades virtuais ou impressas (no caso daqueles que não tiverem acesso à internet). Na semana seguinte, cada grupo é invertido. Os estudantes não poderão permanecer na escola por mais de um turno.
Tocantins
As aulas presenciais da rede estadual de educação do Tocantins devem começar a retornar em agosto.
Os primeiros alunos a retornaram serão os da 3ª série do ensino médio. Metade dos alunos destas turmas voltam para as escolas no dia 3 de agosto e a outra metade fica em casa, havendo um rodízio de turmas.
No dia 10 de agosto, é a vez dos alunos da segunda turma irem para a escola. Quem estiver em casa fará atividades que serão validadas pelos professores na semana seguinte, quando voltam para as aulas presenciais.
Após as duas primeiras semanas do rodízio de turmas, a secretaria estadual de educação do Tocantins fará uma avaliação sobre a eficiência do modelo.
São Paulo
No estado de São Paulo, as aulas serão retomadas presencialmente em setembro nas cidades que estiverem mais de 28 dias na fase amarela do Plano São Paulo de flexibilização. Nesses municípios, o retorno será para todas as etapas escolares – creches, educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.
Mesmo sendo um retorno geral, a volta às salas será escalonada em três etapas: a 1ª será com 35% dos alunos, a 2ª com 70% e a 3ª e última com 100% dos alunos.
Nas escolas privadas, as aulas podem ser retomadas a partir de 27 de julho.
Previsões de retomada nas capitais
Das capitais, oito falam em retorno, sendo três delas em agosto e cinco em setembro. Veja abaixo como fica o calendário:
Voltam em agosto:
Cuiabá. Agosto, sem data definida
Curitiba. Agosto, sem data definida
Macapá. Agosto, sem data definida
Voltam em setembro:
São Luís. Setembro, sem data definida
Belém. 1º de setembro
São Paulo. 8 de setembro
Palmas. Setembro, sem data definida
Salvador. Setembro, sem data definida
Em Cuiabá, Macapá, Salvador e Belém ainda não há plano de retomada e cronograma elaborados pelas secretarias municipais. Veja o que quatro capitais planejam para o volta às aulas.
Curitiba (PR)
O protocolo do plano de volta às aulas em Curitiba prevê turmas divididas e quarentena em escola que tiver casos da Covid-19, mas ainda não um plano e cronograma definidos.
São Luís (MA)
As aulas na rede municipal de São Luís só serão reiniciadas em setembro, diferente de decreto estadual, que libera as aulas a partir do início de agosto.
A Secretaria da Educação do município informou que a ideia é iniciar a retomada com alunos do 8º e 9º ano, seguido, posteriormente, do 5º ano do ensino fundamental, assim por diante. O órgão ainda não tem cronograma e modelo definidos para a retomada.
São Paulo (SP)
Segundo a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, apenas as crianças que estão nos ciclos finais do ensino infantil, do ensino fundamental e do ensino médio retornaram às salas de aula no dia 8 de setembro. Ou seja, alunos das creches municipais não retornarão. Os alunos serão divididos em duas ou até três salas, para respeitar a distância de 1 metro e meio.
Palmas (TO)
Inicialmente prevista para 3 de agosto, a prefeitura de Palmas afirmou que as aulas na rede municipal serão, inicialmente, remotas. E que apenas em setembro poderão avaliar um retorno presencial com a distribuição das turmas em números reduzidos.
Diretrizes estabelecidas pelo governo
Entre as diretrizes divulgadas pelo MEC em 1º de julho para a retomada das aulas presenciais, estão:
Uso de máscara obrigatório
Medição de temperatura no acesso às áreas comuns
Disponibilização de álcool em gel
Volta ao trabalho de forma escalonada
Ventilação do ambiente
Possibilidade de trabalho remoto aos servidores e colaboradores do grupo de risco
Reuniões e eventos à distância
Distanciamento de pelo menos 1,5 m
Orientação para manter cabelo preso e evitar usar acessórios pessoais, como brincos, anéis e relógios
Não compartilhamento de objetos – incluindo livros e afins
Elaboração quinzenal de relatórios para monitorar e avaliar o retorno das atividades
As aulas presenciais estão suspensas no Brasil desde março em escolas, centros educacionais e universidades por causa da pandemia do coronavírus.
Estudantes, pais e professores narram 'apagão' do ensino público na pandemia; em 7 estados e no DF, atividade remota não vai contar para o ano letivo
A suspensão de atividades não encontrou uma resposta coordenada pelo país: todos os estados e o DF adotaram atividades remotas, mas cada estado adotou uma maneira de repassar o conteúdo – plataformas virtuais, sites, TV aberta e até por meio do WhatsApp.
Nas redes municipais, até junho, ao menos sete capitais não haviam adotado nenhuma atividade remota.