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21 de julho de 2020

Brasil - Cinemas de volta: Como as sessões e salas vão se adaptar para a reabertura


Os cinemas brasileiros viram a bilheteria encolher de milhões em 2019 para uma média de R$ 100 mil por final de semana em 2020. Quem mais sente este impacto é justamente quem está de portas fechadas: os cinemas, dos pequenos de rua aos grandes complexos pelo Brasil.

A reabertura pode parecer a solução mais simples, mas se não for executada de maneira correta, pode agravar o problema, com arrecadação menor que os custos investidos.

Cinema drive-in: filmes, ingressos, programação e horários
Como é feita programação nos cines drive-in?
Para organizar a reabertura e amparar pequenos e médios exibidores, mais de 200 empresas de produção, distribuição e exibição de cinema no Brasil, como Globo Filmes, Cinemark e Disney, se uniram para criar o movimento Juntos pelo cinema. A ideia é padronizar os protocolos sanitários. Representantes do movimento também negociam os protocolos de reabertura com secretarias de cultura municipais e estaduais.

O G1 conversou com donos de cinemas, uma das líderes do movimento Juntos pelo cinema e o presidente do sindicato dos exibidores do estado de São Paulo para saber como a indústria vai se adaptar. Entre as principais mudanças, estão:

Intervalo maior entre as sessões para que haja higienização de todas as poltronas;
Redução da capacidade das salas. Serão vendidos apenas ingressos para uma quantidade reduzida de poltronas, com um metro de distância uma da outra. Lanterninhas ficarão nas salas para impedir que as pessoas desrespeitem o lugar marcado no ingresso;
Promoções de ingressos para aumentar a frequência;
Uso obrigatório de máscara para funcionários e para o público;
Medição diária da temperatura dos funcionários;
Aumento das equipes de limpeza.
Vale a pena reabrir agora?


André Sturm, do cinema Petra Belas Artes, diz que pretende reabrir no final de julho. "A perspectiva de abrir no final do mês é positiva, embora nós tenhamos achado que há um excesso de restrição", disse. Dentre as restrições do governo de São Paulo, estão ocupação máxima de 40% das salas, venda de ingressos apenas on-line e estabelecimentos funcionando por até 6 horas por dia.

Segundo Jean-Thomas Bernardini, dono do cinema Reserva Cultural, os custos para adequar os cinemas aos protocolos de segurança e limpeza por causa da Covid-19 serão altos. Por isso, eles vão precisar de algumas semanas até conseguirem reabrir. As duas unidades Reserva Cultural, em São Paulo e Niterói, se preparam para voltar a receber o público em 13 de agosto.

Retratos da pandemia ou fuga? Como isolamento pode influenciar cinema nos próximos anos
Há ainda uma outra pedra no sapato dos exibidores: o calendário de lançamentos mundiais. Sem filmes novos, ficará difícil atrair espectadores, diz o presidente do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas no Estado de São Paulo, Paulo Celso Lui.

Para Sturm, a estratégia para driblar a falta de lançamento é apostar em filmes clássicos, como já acontece nos cines drive-in, e oferecer promoções de ingressos.


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