Nairóbi, 3 abr (EFE).- Uma mulher moçambicana deu à luz agarrada aos galhos de uma mangueira no distrito de Dombe, província de Manica, em Moçambique, onde se refugiava das inundações provocadas pela passagem do ciclone Idai, que já deixou mais de 800 mortos em três países, informou nesta quarta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
“Estava com meu filho de 2 anos, quando de repente, sem aviso prévio, a água começou a entrar na minha casa (e) não tive outra alternativa a não ser subir em uma mangueira próxima”, relatou a mulher identificada como Amélia ao Unicef.
“Depois começou a dor e não havia ninguém para me ajudar. Em poucas horas, dei à luz ao meu bebê, Sara, em cima dessa árvore”, lembrou Amélia, momentos antes de se dirigir junto a outros sobreviventes desta região para um alojamento em Nhamhemba, que abriga cerca de 3 mil pessoas.
Na cidade moçambicana de Beira, epicentro da catástrofe, começou hoje uma campanha de vacinação contra o cólera após a chegada ontem de 900 mil doses.
Só em Moçambique, cerca de 1,85 milhão de pessoas foram afetadas pelo ciclone, entre elas 1 milhão de crianças, segundo números da ONU.
Idai tocou o solo na região central de Moçambique na noite de 14 de março perto de Beira e destruiu 90% das infraestruturas da cidade, no que foi qualificado como a pior crise humanitária na história recente do país africano.
O número total de mortos já passa de 800, com quase 600 vítimas mortais em Moçambique, 181 no Zimbábue, segundo números oficiais, e pelo menos 59 no Malawi, quando Idai ainda era uma tempestade tropical. EFE
