A Câmara inicia hoje a sessão que vai analisar a denúncia por corrupção passiva contra Michel Temer, o primeiro presidente da República a ser alvo de acusação formal por um crime comum durante o exercício do mandato. Se houver quórum mínimo (342 presentes), os deputados votam por aceitar ou rejeitar o prosseguimento da denúncia. Para o Supremo Tribunal Federal julgar a acusação da Procuradoria-Geral da República é necessário o aval da Câmara.
Em caso de aceitação da denúncia pela Corte, o presidente é afastado por até 180 dias. Temer precisa do apoio de ao menos 172 deputados e intensificou nos últimos dias as articulações que incluem distribuição de cargos e emendas parlamentares. Embora o Palácio do Planalto esteja confiante e tente mobilizar os aliados para barrar já a denúncia no plenário, o placar da votação pode indicar o fôlego que o governo terá para aprovar no Congresso Nacional as reformas – incluindo a da Previdência – e recusar eventual novo pedido de abertura de ação penal contra o presidente.
A decisão sobre o destino do governo Temer, que o próprio peemedebista classificou como “congressual”, está entre os 213 deputados que não declararam votos, segundo o placar do Estado. Nesse contingente de “indefinidos” estão os que não quiseram responder (156), os indecisos (54) e os que disseram que vão se abster, se ausentar e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM) – ele afirmou que não vai votar. Conforme o placar, 190 deputados já declaram ser a favor da admissibilidade da denúncia e 110 disseram ser contra. (Uol)