O diretor interino do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), José Carvalho da Silva, foi afastado do cargo nesta terça-feira (10) por suspeita de receber propina de uma facção. A decisão foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes. Presos afirmam em cartas que o diretor interino ganhou dinheiro para permitir a entrada de armas e drogas na unidade prisional. No início do ano, 56 presos foram mortos em um massacre e 112 fugiram do Compaj. A rebelião no complexo Penitenciário Anísio Jobim ocorreu no dia 1 de Janeiro. O motim durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como o maior massacre do sistema prisional do estado. Foram 56 corpos. No dia seguinte, outros quatro pressos morreram na unidade prisional do Puraquequara (UPP), na zona leste de Manaus. Uma semana depois, outros quatro foram assassinados na cadeia pública Raimundo Vidal Pessoa, aumentando para 64 o número de detentos mortos desde o início da crise. A polícia do Amazonas apontou sete presos como líderes do massacre. Documentos o Ministério Público Federal (MPF) dizem que estes líderes têm estreita relação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as FARC.
Segundo o MPF, os traficantes brasileiros teriam comprado pistolas, fuzis e submetralhadoras do mesmo fornecedor de armas do grupo de guerrilha colombiano.